terça-feira, 11 de agosto de 2009

O sono

Um relato de um acontecimento assaz inusutado aparece no livro de Atos dos Apóstolos 19:7-12, onde vemos o apóstolo Paulo fazendo um longo discurso junto ao povo que se ajuntou a ouvi-lo. O texto conta que Paulo, "pretendendo partir no dia seguinte, continuou falando até a meia-noite." O discurso foi interrompido neste horário devido a queda de um jovem que dormiu à janela e caiu do terceiro andar. Faço algumas considerações sobre este grave acidente:
1. Tenho por certo que antes do jovem cair algumas pessoas o viram sonolento. Isto porque o local estava bem iluminado e numa longa exposição invariavelmente as pessoas olham ao seu redor para procurar relaxar por alguns instantes. O local que Êutico estava também era bem visível. Janelas ficam em local acima dos olhos ainda mais estando as pessoas sentadas para ouvir o ensino.
2. Se foi assim, por que ninguém tentou evitar a tragédia? Entendo que as pessoas confiam que nada de mais grave pode acontecer se alguém dormir. O que elas não atinaram foi que o local onde aquele jovem estava era perigoso, uma brecha na parece sem ninguém ao lado para escorá-lo. Outro fato era a absorção do povo ante ao ensino e as palavras do apóstolo.
3. A mudança de prioridade. Ao verem a queda do jovem, a reunião, a palavra, a atenção daquele público foi desviada para o jovem que morreu ao cair de tão grande altura. Penso ouvir as pessoas se perguntando: 'Como que ele caiu?', 'Por que não o acordaram?', 'Deveriam ter tirado ele da janela, é perigoso!', 'Cadê os pais do jovem?', tudo junto a um lamento surdo da incapacidade de ajudar agora que o rapaz estava morto.
Até aqui, esta história já nos ensina fortes lições, tão fortes como a morte de Êutico.
I. Saibamos que a longa noite que atravessamos em nossa caminhada mesmo buscando ouvir a palavra de Deus, estar junto com os irmãos podem gerar em nós cansaço tal que caímos no sono da morte.
II. Estar juntos porém não comprometidos uns com os outros gera situações de alienação. Apesar do propósito comum de ouvir a palavra de Deus, os irmão descuidaram do fundamento do amor ao próximo. Os que repararam que havia um jovem cambaleando de sono, a ponto de roncar, nada fizeram por estarem num propósito de receber sem se lembrarem que temos também que nos doar, a todo momento uns aos outros.
continua...

terça-feira, 7 de julho de 2009

O Altar dos Sacrifícios

O Tabernáculo, também designado Tenda da Congregação ou do Encontro foi um projeto ditado pelo próprio Deus a Moisés para que ali, Deus habitasse no meio do povo. Cercada por todos os lados, nada do seu interior poderia ser visto sem que antes se passasse pela porta. Havia apenas uma porta que dava acesso aos átrios (pátio interior do Tabernáculo) da presença de Deus. Esta porta é Jesus, o único caminho que leva o homem à Deus.

Até hoje a necessidade de contato com o sobrenatural é algo visível na humanidade. Muitos até tem contato com o Cristianismo, dão uma olhadinha no pátio e se espantam com um grande altar que fica defronte a porta. É uma visão chocante: uma grande churrasqueira de 2x2 metros com fogo embaixo sempre aceso, e animais, farinha e bolos sendo queimados.

Tudo o que está atrás do altar é o que o homem busca em Deus: alimento para a alma representado pelos Pães da Propiciação; revelação divina representado pelo Castiçal de 7 Pontas; adoração e oração representada pelo Altar de Incenso; a Arca da Aliança, a comunhão íntima com Deus. O Altar dos Sacrifícios porém, é o primeiro elemento a ser encarado por todos que ali entram. Os sacrifícios pelo pecado abrangiam todas as pessoas: sacerdotes, líderes, o povo coletivamente e cada pessoa em particular. Todos deveriam, ao tomar conhecimento que haviam pecado contra Deus, deveriam trazer um animal (novilho, bode, cabra, ovelha, rolinhas ou pombos), colocar as mãos sobre a cabeça deste animal, simbolizando que o mesmo carregaria seus pecados e ver seu sacrifício. O sangue do animal era aspergido e ao final derramado em frente ao altar.

Certamente esta figura leva-nos inconfundivelmente ao sacrifício de Jesus. Na cruz, seu altar de sacrifício, ele derramou seu sangue como oferta pelo pecado de toda a humanidade de todos os tempos. Um cálice amarguíssimo, mas que por amor de nós, ele bebeu até o fim. Nenhum sacrifício de sangue pelo pecado é requerido por Deus para que possamos entrar em sua presença. Obrigado Senhor Jesus.

Algo, porém, ainda nos resta, conforme lemos em Rm.12. Que apresentemos nossos corpos como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o nosso culto racional. Sim, nosso corpo tem algo que Deus quer que tiremos e ofereçamos em sacrifício: a gordura. Vemos que além do sangue derramado, havia um cuidado especial para que toda a gordura do animal fosse separada e queimada totalmente no fogo. O aroma daquela gordura era agradável, dá para associar a um belo churrasco de picanha de nossos dias. Por que o Senhor diz que toda a gordura é dEle?

A ciência explica que a gordura é gerada num processo de fartura de alimentação e serve como reserva de energia para o corpo. Entendo pelo Espírito que a gordura é tudo o que sobeja no ser humano. Não somente no corpo, mas na alma e no seu espírito o homem pode acumular gordura quando recebe mais do que gasta. Ao pedir que toda a gordura seja queimada no altar, Deus ordena que tudo que Ele nos tem dado em abundância seja oferecido no altar e consumido em sua presença. Nosso corpo deve estar sujeito a Deus, nossa mente deve ser renovado para que não se conforme com as coisas deste mundo, nosso espírito deve ser cada vez mais esvaziado dos excessos deste mundo para sermos cheios do Espírito Santo.

Ser amado, elogiado, afagado é algo tão bom. Nosso coração muitas vezes está cheio, mas não dividimos esta alegria com as outras pessoas. Esperamos que elas cheguem a nós para nos dar algo, mas não temos sido vasos para dar água ao sedento, azeite para perfumar e vinho para trazer alegria. Queimemos nossa gordura sentimental, assim como disponhamos de nosso tempo de oração para interceder, para passar uma mensagem, um testemunho do que Deus tem feito em nossas vidas para que edifiquemos e consolemos outras pessoas.

Apresentemos nossos corpos, com toda sua gordura, diante de Deus e demos a Ele nossas vidas como sacrifício. A recompensa disto: conhecermos qual seja a boa, perfeita e agradável vontade de Deus para nossas vidas.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Ele nos despedaçou, mas nos trará cura.

Os.5:13-14 "Quando Efraim viu a sua enfermidade e Judá os seu tumores, Efraim se voltou a Assíria e mandou buscar ajuda do grande rei. Mas ele não tem condições de curar vocês, nem pode sarar os seus tumores. Pois serei como um leão para Efraim e como um leão grande para Judá. Eu os despedaçarei e irei embora; eu os levarei sem que ninguém possa livrá-los."

Esta palavra, mostra o último recurso usado por Deus para fazer com que seu povo, nesta época dividido em duas nações Israel e Judá, se arrependesse do seu mau caminho e se convertesse de volta ao Senhor.

Numa linguagem figurada bem conhecida, temos o pastor de ovelhas que usa instrumentos como o cajado e a vara para conduzir seu rebanho. Com o cajado ele toca as ovelhas de lado guiando-as pelo caminho mais seguro e com a vara dá uma lambada naquela mais agitada ou teimosa que quer se afastar do rebanho e do caminho. Como último recurso o pastor quebrava a pata da ovelha, para mais a frente já com uma tala, esta ovelha seguir num passo mais lento próximo do pastor.

Isto poderia mudar nossa imagem de que Deus é amor se não nos lembrarmos que nos momentos em que corrigimos nossos filhos com a vara, nos dói o coração. Esta dor nos mostra que por amor corrigimos nossos filhos e Deus também age assim conosco. Para evitar que andemos em caminhos que nos levem a tristeza e dor, Deus como pai nos alerta através da Palavra, porém quando não há outra forma, nos põe em aperto e dor para que reconheçamos a nossa culpa e necessidade de estarmos com o Senhor.

Veja o caso do apóstolo Pedro. Já tendo andado três anos com Jesus, há poucos dias da crucificação de seu Senhor, Pedro ainda tinha uma certa soberba em seu coração. Em Lc.22:32-34 vemos que Jesus alerta que antes que o galo cante Pedro o negaria por três vezes. E Pedro o negou, mesmo tendo afirmado categoricamente "Estou pronto para ir contigo para a prisão e para a morte" (v.33). Foi uma varada bem forte dada por Deus em Pedro, mas o preparou para o ministério pois ele, agora transformado, admitia diante de Jesus ressureto: "Senhor, tu sabes todas as coisas e sabes que te amo" (Jo.21:17).

O jovem rico que foi ter com Jesus também levou a sua varada. Como o cajado da Lei o havia guiado desde a sua mocidade, mas não o havia levado ao pasto verdejante de uma vida completa, Jesus, com amor em seu coração, disse ao jovem que ele desse toda sua fortuna para os pobres e o seguisse e o jovem teria um tesouro no céu. Esta palavra doeu, o jovem saiu triste pois seu coração estava apegado aos bens terrenos. Não sabemos se ele conseguiu vencer a avareza que é idolatria, mas sabemos que Zaqueu, de livre e espontânea vontade abriu mão de metade de sua fortuna aos pobres.

"Pois desejo misericórdia e não sacrifícios; conhecimento de Deus em vez de holocaustos." (Os.6.6) Por fim vemos o que aconteceu com Jó. Mesmo sendo íntegro e temente, Deus o provou com uma situação que pouquíssimos suportariam: perder todos seus bens, enterrar todos seu filhos mortos de maneira trágica, ver seu corpo coberto de chagas, ouvir sua esposa o mandar desistir da vida e seus amigos o acusando de ter pecado contra Deus. Jó, mesmo pecando contra Deus, questionou aquela situação e se queixou à Deus do motivo de tudo aquilo, visto que sempre teve uma vida íntegra. Ao final desta prova, Deus trouxe a Jó cura e restauração. Antes porém, Jó intercedeu como sempre fazia a favor de seus filhos. Agora porém, a oração de Jó era para seus "mui amigos" Elifaz, Bildade e Zofar. Creio que orar pelos seus acusadores, pessoas que trouxeram tamanha aflição para Jó, foi uma experiência que ele teve condições de fazer por ter passado por toda a prova e ter sido aperfeiçoado por Deus. Depois que Jó orou por seus amigos, o Senhor o tornou novamente próspero e lhe deu em dobro tudo o que tinha antes. (Jó.42:10)

Com isto podemos ratificar que Deus, quando nos despedaça, está movido por um grande amor por nós. Ele quer que nos arrependamos dos nosso pecado, nos convertamos para o caminho seguro e que sejamos aperfeiçoados e encorajados a fazer coisas ainda maiores pelo nosso Senhor. Entendamos pois a prova que passamos para sairmos dela aprovados.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Blog de origem humana ou divina?

Parece pretencioso que a criação de um blog possa ser classificado assim, porém, o desejo que surgiu em meu coração foi misturado com este texto que deu origem ao nome do Blog.

Assim, "...Se o propósito ou atividade deles (os apóstolos de Jesus) for de origem humana, fracassará; se proceder de Deus, vocês não serão capazes de impedi-los, pois se acharão lutando contra Deus. Eles (os participantes do Sinédrio) foram convencidos pelo discurso de Gamaliel..." At.5:38b-40a

O propósito deste blog é trazer uma palavra revelada, chamada no grego de 'rhema', a partir da Bíblia, a Palavra (no grego 'logos') de Deus, para instrução e encorajamento a uma mudança de vida conforme a boa, perfeita e agradável vontade de Deus.

Que o blog "Palavras de Gamaliel", as quais, conforme o texto em Atos, permitiram que os apóstolos continuassem a divulgar o evangelho de nosso Senhor Jesus, seja mais um instrumento para que a Palavra de Deus alcance e transforme muitos corações.